sábado, 24 de setembro de 2011

Pensamento

"Deus não me dá autoridade para condenar ninguém.
Eu sou instrumento do Senhor,
utilizado somente para compreender e perdoar.
Condenar? Essa palavra não existe em meu vocabulário
e acho que é por isso que sou tão feliz.
Creio na ajuda e não na condenação".
Papa João Paulo I

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Silêncio e oração


Seminário de Corupá

Se nos deixarmos guiar pelo mais antigo livro de oração, os Salmos bíblicos, nós encontramos aí duas formas principais de oração: por um lado o lamento e o pedido de socorro, por outro o agradecimento e o louvor. De forma mais oculta, há um terceiro tipo de oração, sem súplicas nem louvor explícito. O Salmo 131, por exemplo, não é senão calma e confiança: «Estou sossegado e tranquilo… Espera no Senhor, desde agora e para sempre!»
Por vezes a oração cala-se, pois uma comunhão tranquila com Deus pode abster-se de palavras. «Estou sossegado e tranquilo, como uma criança saciada ao colo da mãe; a minha alma é como uma criança saciada.» Como uma criança saciada que parou de gritar, junto da sua mãe, assim pode estar a minha alma na presença de Deus. Então a oração não precisa de palavras, nem mesmo de reflexões.
Como chegar ao silêncio interior? Por vezes calamo-nos, mas, por dentro, discutimos muito, confrontando-nos com interlocutores imaginários ou lutando connosco mesmos. Manter a sua alma em paz pressupõe uma espécie de simplicidade: «Já não corro atrás de grandezas, ou de coisas fora do meu alcance.» Fazer silêncio é reconhecer que as minhas inquietações não têm muito poder. Fazer silêncio é confiar a Deus o que está fora do meu alcance e das minhas capacidades. Um momento de silêncio, mesmo muito breve, é como um repouso sabático, uma santa pausa, uma trégua da inquietação.
A agitação dos nossos pensamentos pode ser comparada com a tempestade que sacudiu o barco dos discípulos, no Mar da Galileia, enquanto Jesus dormia. Também nos acontece estarmos perdidos, angustiados, incapazes de nos apaziguarmos a nós mesmos. Mas Cristo também é capaz de vir em nosso auxílio. Da mesma forma que falou imperiosamente ao vento e ao mar e que «se fez grande calma», ele pode igualmente acalmar o nosso coração quando está agitado pelo medo e pelas inquietações (Marcos 4).
Fazendo silêncio, pomos a nossa esperança em Deus. Um salmo sugere que o silêncio é mesmo uma forma de louvor. Nós lemos habitualmente o primeiro verso do Salmo 65: « A ti, ó Deus, é devido o louvor ». Esta tradução segue a versão grega, mas na verdade o texto hebreu diz: «Para Vós, ó Deus, o silêncio é louvor». Quando cessam as palavras e os pensamentos, Deus é louvado no enlevo silencioso e na admiração.
Fonte: taize.fr

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Teu servo escuta


Vivemos num mundo barulhento, ruídos de toda a sorte nos envolvem e muitas vozes clamam por nossa atenção, não raramente desviando-nos do foco principal. Sentimos a dificuldade em dar atenção aos que estão caminhando conosco, ao nosso lado, principalmente dentro de casa.
Interessante observar o “mundo” dos fones de ouvidos que se espalhou entre as pessoas em várias circunstâncias. Cada uma sintonizada no seu interesse, no programa de sua preferência ou nas músicas selecionadas a gosto.
Com isso, percebemos que ouvimos muito, mas escutamos somente o que nos interessa.
O dicionário Houaiss nos diz que escutar significa “estar consciente do que ouve; perceber pelo sentido da audição; dar atenção”. Requer, portanto, ouvidos apurados para saber quem fala e com quem, mesmo que a escuta seja por vezes silenciosa.
Também na escuta da Palavra, há barulhos diversos que roubam a sua centralidade e, por vezes, não percebemos quem é, de fato, aquele que fala conosco.
Encontramos no primeiro livro de Samuel a estória do filho de Elcana e Ana, que foi entregue ao Templo para servir ao Senhor. Certa noite (3, 1-10ss), ele percebe que está sendo chamado, mas pensando ser o sacerdote Eli, vai-lhe ao encontro. O interessante da estória é que, inicialmente, nem o sacerdote percebera a proveniência do chamado, mas a partir do momento em que toma consciência, encaminha Samuel para responder prontamente.
“Fala Senhor, porque teu servo escuta!”
Samuel aprendeu a escutar o Senhor. Até aquele momento ele estava a serviço do Templo sob as ordens do sacerdote Eli. A partir do momento que ele experimenta o chamado e quem o está chamado, ele se torna instrumento que escuta e anunciar suas ordens.
Em nossa vida, precisamos estar atentos à Palavra, para sabermos distingui-la das vozes que chegam aos nossos ouvidos, a fim de respondermos prontamente ao Senhor. Precisamos ter um trato especial, pessoal e familiar, com o Senhor que se nos revela em seu amor.
Assim poderemos caminhar com passos firmes na vivência do sentido da vida e também podermos orientar os que estão sob nossa responsabilidade a perceber o Senhor que fala, sejam os filhos, os catequizandos, a comunidade.
No mês da Bíblia, a proposta do GREBIN (Grupo de Reflexão Bíblica Nacional) nos convida a escutar o Senhor através da leitura, meditação, oração e partilha do trecho do livro do Êxodo (15,2-18,27) com o tema: “Travessia: passo a passo, o caminho se faz” e o lema: “Aproximai-vos do Senhor” (Ex 16,9).
A reflexão oracional vai nos ajudar a perceber que, mesmo em meio às dificuldades da vida, Deus se faz presente, caminha conosco e continua a nos falar, favorecendo-nos a vida.
Precisamos aprofundar no conhecimento da sua Palavra para que possamos responder prontamente e realizar a missão que nos é confiada no dia-a-dia da nossa história.
Pe. José Luís de Gouvêa, scj

(artigo publicado na Revista Pegadas, da Paróquia SCJ, pág. 3)

Especializa-te

Especializa-te
em tentar descobrir
em toda e qualquer criatura
o lado bom que ela possui
– ninguém é maldade concentrada.

Especializa-te
em tentar descobrir
em toda e qualquer ideologia
a alma de verdade que ela carrega no seio
– a inteligência é incapaz
de aderir ao erro total…


Dom Hélder Câmara

Parte de Cristo