“Eu ia mendigando de porta em porta pelo caminho da aldeia, quando despontou ao longe uma carruagem dourada. Era a carruagem do filho do rei.
Pensei comigo mesmo: ‘É a grande chance da minha vida!’ Sentei-me e pus no chão, bem aberta, minha sacola, na esperança de ganhar generosa esmola, sem precisar nem pedi-la. Ao contrário, pensei que as riquezas iriam chover pelo chão ao meu redor.
Qual não foi porém a minha surpresa quando, chegando bem perto de mim, a carruagem parou, o filho do rei desceu e, estendendo a mão direita, me disse:
- ‘O que tens para me dar?’
Como... um rei estender a mão a um mendigo!?
Confuso, hesitante, peguei da sacola um grão de arroz, um só, o menorzinho, e ofereci ao príncipe.
Mas, que tristeza, de noitinha, mexendo na sacola, encontrei um grãozinho de ouro, um só. Chorei amargamente porque não tivera a coragem de lhe ter feito o dom de tudo”.
Tagore apresenta um mendigo que narra a sua história. A pergunta que faço: será que posso tomá-la como exemplo da minha vida diante da grandeza de Deus? Tenho coragem de fazer dom de tudo?